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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Culpa e luto

A perda de um filho é, provavelmente, uma das piores experiências que alguém pode enfrentar, e praticamente todo mundo reconhece isso como uma verdade. Mães e pais que perderam seus filhos recebem todo tipo de conforto e apoio, sua dor é compreendida pela sociedade como uma dor legítima.
Mas e quem perde um filho antes do nascimento, ou logo após? Para quem nunca viveu isso, parece que é uma dor menor, superável, pois afinal aquele ser nem chegou a existir.
Só quem passou por isso sabe o quanto é dolorido, triste e solitário passar por uma perda gestacional, ou perder um bebê logo após o parto. Muitas pessoas chegam a ser insensíveis, mesmo tentando ajudar: nos dizem que somos jovens e podemos tentar de novo, ou que já passamos da idade ideal para ter filhos e deveríamos ter pensado nos riscos; que provavelmente aquele bebê teria problemas graves de saúde, ou ainda que foi uma escolha de Deus. Provavelmente tudo isso é verdade, mas é o pior a se dizer no momento em que a pessoa está vivendo sozinha uma dor enorme, e possivelmente se culpando por não ter conseguido ter aquela criança. Por que tomei aquela dose de vinho? Por que não parei a ginástica? Por que não percebi a gestação antes? Por que tomei aquele medicamento? São infinitos “porquês” que enchem a cabeça da mãe de culpa.

Quando é que as pessoas vão se tornar mais sensíveis ao luto da perda gestacional?