sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Infecção relacionada à Assistência a Saúde

Hoje participei aqui na cidade do  I Simpósio de Infecção relacionada à Assistência a Saúde de Guarulhos, organizado pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Guarulhos...
Em algumas apresentações, o assunto Infecção Hospitalar me fez lembrar da minha Dandy....
E mais uma vez os questionamentos me vieram a cabeça....Por que perdi minha filha????

E a certeza da resposta:- Porque colocaram o acesso pela sua jugular, uma vez que ela perdia os acessos....Tenho certeza que este procedimento a matou....Depois deste dia foi apenas uma infecção atrás da outra até que ela se foi....
Faltou o que???? Lá mesmo na UtiNeo eu vi bebes de menos peso que ela saírem de lá vivos...porque com ela não foi assim????
Como seria minha filha???? Inteligente igual ao Ri??? Meiga igual a ele????
Como seria seu cabelo?? Me daria dor de cabeça para comer igual ao irmão ou seria comilona????

São tantos questionamentos, tanta coisa não vivida....
Gostaria de brincar de bonecas, seria boa aluna????
A dor da perda é para sempre!
Espero que a consciência da classe médica mude com tanta informação sobre infecções, e que o numero de mães que sofrem a perda de um filho, por este motivo, passe a ser muito pequeno.

Odete

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Sem direito ao luto, mães e pais que perderam seus bebês sofrem com o não reconhecimento de sua dor

fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/08/19/noticia_saudeplena,154696/sem-direito-ao-luto-maes-e-pais-que-perdem-seus-bebes-sofrem-com-o-na.shtml



Documentário 'O Segundo Sol', produzido pelo casal Fabrício Gimenes e Rafaella Biasi após a perda de Miguel na 40ª semana de gestação, chama atenção para a falta de preparo dos serviços e profissionais de saúde para lidarem com as perdas gestacionais e neonatais. Lançamento está previsto para novembro


“Eu quero parir essa perda. Quero me despedir do meu filho”. A frase foi ouvida pelo publicitário Fabricio Gimenes, 25 anos, logo após ele e a esposa, a modista Rafaella Biasi, 33 anos, descobrirem que o filho Miguel estava morto dentro do útero da mãe. O casal que vivia o final da 40ª semana de gestação acabara de chegar ao consultório do especialista que acompanhava aquela gravidez. Rafaella já estava com 4 cm de dilatação, sentia as primeiras contrações e se preparava para um parto normal. Após uma gestação inteira sem nenhuma intercorrência, mas muitos planos e sonhos para quando chegasse o irmão de Cecília, de 12 anos, o casal foi surpreendido pela morte quando, na verdade, esperava pela vida. A notícia avassaladora foi apenas o início de uma dor que pode se mostrar ainda mais cruel. Isso por que os serviços e profissionais de saúde, assim como pais, amigos e familiares, não estão preparados para lidar com as perdas gestacionais e óbitos neonatais. Os sentimentos de solidão e incompreensão dificultam ainda mais o luto de quem perde um bebê, um ser humano que estabeleceu vínculo forte com os pais, mas que não existiu para os outros. 


“Foi terrível, às 11h chegamos ao consultório animados, às 12h saímos desnorteados para dar entrada no hospital. Miguel nasceu às 23h. Eu não conseguia processar nada. O parto foi um momento triste, mas também muito bonito. Foi um dos momentos mais intrigantes das nossas vidas. Eu pensava, ‘está todo mundo errado e o Miguel vai chorar na hora que sair’. Quando ele nasceu, a Rafaella o pegou no colo, colocou no peito e eu só consegui dizer ‘obrigado, meu filho, pelas transformações que vieram até agora e pelas que virão daqui para a frente’. Nós tivemos a oportunidade de nos despedir, temos uma foto com o nosso filho, mas não é o que acontece na grande maioria dos casos”, afirma Fabricio Gimenes, idealizador, junto com a esposa, do documentário 'O Segundo Sol' que vai contar a histórias de superação das famílias que perderam seus bebês e tem estreia prevista para novembro.

É o caso da consultora de beleza, Raquel Fernandes, 37 anos, que perdeu Gustavo Henrique na 35ª semana de gestação, há 10 anos. “Tive descolamento de placenta e corria risco de morrer”, explica. Como precisou passar por uma cesariana de urgência, quando o médico sugeriu que ela se despedisse do filho com um beijo, ela se negou. “Eu me arrependo até hoje. Eu estava em choque, não vi o Gustavo, não pude vesti-lo. Eu gostaria que tivessem me explicado que era importante, que tivessem insistido, que tivessem me oferecido novamente”, diz.

Raquel conta que, na tentativa de superar a perda e suportar a dor, começou a trabalhar muito. “Fui engolindo a dor. Depois de um ano, tudo explodiu. Eu sentia dores por todo o corpo, nos braços, nas pernas e fui diagnosticada com depressão profunda. Foi aí que percebi que tinha que conversar sobre o assunto, que eu tinha necessidade de falar”, diz.

Para Rafaella Biasi, que teve a oportunidade de se despedir do filho Miguel, é papel do profissional de saúde oferecer à mãe a chance de se despedir do filho ou da filha. Ela diz que, quando chegou em casa depois da partida de Miguel – após uma temporada de uma semana na fazenda da família -, se sentiu extremamente sozinha. “A solidão me motivou a procurar ajuda na internet e descobri que as famílias não tiveram o mínimo de acolhimento e amparo. Muitas mulheres relatam que foram vítimas de violência obstétrica. Nessas conversas, percebi que existe muito ressentimento, muita culpa, muito pesar, arrependimento de não ter tido a possibilidade de ver o bebê pela inabilidade do médico em oferecer. Nessa hora, a mulher não tem condição de tomar essa decisão. Vi que não ter pegado o filho no colo machucava demais, é uma corrente que se arrasta por toda a vida”, narra.

sábado, 8 de agosto de 2015

Dia dos Pais

Olá...aqui é a Odete que escreve nesta quase madrugada....
Acabo de participar de uma palestra on line sobre a maternidade...
Para minha surpresa, a palestrante acabou de se separar, ela tem dois filhos, um ainda amamentando...é linda...super inteligente....enfim...
O que faz com que os homens se afastem da família...ou se afastem da mãe de seus filhos???
Difícil isto....queria ouvir os homens, saber a opinião deles por eles mesmos...
O que é ser pai????
É gerar só e pronto, aumentar a prole, se fazer passar por um ser viril, potente, fértil??
Como é o comportamento do homem na perda???? Na infertilidade????
Eu já vivi bastante..passei por longo período de infertilidade, fui chamada de seca pelo ex, já vivi a perda duas, três vezes, e já gerei dois bebes, perdendo um após 20 dias de nascido, em todas as perdas meu choro e minha dor foram solitárias.
Sempre após a perda perdi também o companheiro, na infertilidade perdi também, na morte perdi também, por que??? Não sei! Não sou bonita, não sou rica (longe disto..rsrs), mas tenho (ou tinha vai) cá meus atrativos...rsrsrs....mas perdi! Mas o pior é meu filho ter perdido também.
Na ultima perda desisti...cansei..enjoei...e meu filho virou o meu universo! Hoje, nove anos depois, sou criticada por isto, médico, nutricionista, amigos, me criticam, pois dizem que esqueci de mim...rsrs...
Não esqueci de mim, eu vivo por e para meu filho, pois ele é que importa neste momento, ele que requer atenção, cuidados.
Eu desejei a maternidade de forma até audaciosa, era meu sonho, meu desejo, meu objetivo, quando acordei, após meus quarenta anos de idade, quando descobri que para a maternidade há prazo de validade. Enfim, lutei e consegui, mas consegui e fiquei sem companheiro, mas ganhei meu filho, como não deixa-lo ser tudo????
Hoje meu filho chegou da escola com o presente que é para ser entregue ao pai (lindo alias!), e chorou quando o alertei que seu pai não viria no Dia dos Pais, doeu muito em mim aquelas lágrimas, sentidas do fundo do coração, pois ele não vê o pai desde o seu aniversário no início do ano.
Quis ligar para o  pai, ligou, mas a ligação ruim por duas vezes caiu....Ele ficou triste!
Porque isto acontece??? Por que o pai não se faz mais presente??? Eu não sei!
Talvez o que aqui escrevo sirva como alerta aos pais distantes.
Sr Pai, seu filho sente sua falta! 
Ser pai é igual ser mãe, é cuidar, ajudar na escola, ver se comeu, se bebeu, se lavou, se limpou, levar para passear, rir junto, dormir junto, abraçar, beijar, brigar também. Ser pai é estar junto, mesmo estando longe. Igual ser mãe!
Desejo um Feliz Dia dos Pais, a todos os pais que assim merecem ser chamados.