domingo, 31 de janeiro de 2016

Luto


Outro Nível


OUTRO NÍVEL
Descobri que ser mãe e ter filho são duas coisas distintas. Vivemos dentro de uma cultura que privilegia o ter em detrimento do ser, enquanto deveria ser o contrário. Num estado de desatenção, deixamo-nos levar pela força do coletivo, que acaba nos convencendo de que somos infelizes por perdermos o que temos. Porém, quando recordo que ser é mais importante que ter, concluo que a verdadeira infelicidade reside no fato de perdermos o que somos. A morte do Igor, apesar de causar a perda do filho que eu tinha, não fez com que eu deixasse de ser mãe. E é a isso que devo dar valor.
Para ser mãe não é necessário ter filho. Trata-se de duas coisas que podem existir juntas ou separadas. Ter filho sem ser mãe é o caso da mulher que engravida, o bebê nasce, mas ela não o ama. Ser mãe sem ter filho é o caso da mulher que engravida, o bebê morre, mas ela continua o amando. Não vou negar que o ideal é quando ser mãe e ter filho coexistem, pois há correspondência entre o interno e o externo. Mas também é verdade que a falta do ter não prejudica a possibilidade da prática do ser. Portanto, mesmo que a morte me impeça de ter o meu filho, ela nunca poderá me impedir de ser mãe, porque o ter depende do que está fora de mim, enquanto o ser só depende da minha vontade.
Quando engravidei, a vida me fez experimentar os sentimentos relativos à maternidade, os quais me levaram a atingir outro nível da minha existência. Foi uma transformação do meu ser. Depois disso, se eu continuar tendo o meu filho, ou se eu deixar de tê-lo, ainda assim serei mãe, porque o meu ser foi modificado e não depende de mais nada além do meu amor para se manter.
Ao passar por essa experiência, constatei que mãe é como uma cachoeira. A cachoeira simplesmente jorra, mesmo que ninguém se banhe ou beba nela. Mãe é assim também: um estado permanente de afeto, que vai jorrar do mesmo jeito, todos os dias, haja ou não uma pessoa para se beneficiar do que ela está oferecendo e derramando de tanta fartura.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"Não tenho muito tempo para engravidar': o dilema de quem adia fertilização por medo do zika

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/01/28/nao-tenho-muito-tempo-para-engravidar-o-dilema-das-mulheres-que-adiam-fertilizacao-por-medo-da-zika.htm


'Não tenho muito tempo para engravidar': o dilema de quem adia fertilização por medo do zika

Camilla Costa
Da BBC Brasil, em São Paulo
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  • Rafael Martins/BBC Brasil
    Ana Paula Coutinho decidiu deixar os embriões congelados
    Ana Paula Coutinho decidiu deixar os embriões congelados
"Eu não tenho muito mais tempo para ser mãe", repete diversas vezes a arquiteta pernambucana Ana Paula Coutinho, de 47 anos, enquanto tenta explicar a frustração de ter que adiar novamente sua gravidez. Ela é uma das muitas mulheres que, nos últimos meses, tomaram a difícil decisão de interromper seus processos de fertilização in vitro porque temem pegar o zika vírus durante a gestação e ter bebês com microcefalia.
"Venho tentando engravidar há sete anos e deveria ter implantado os embriões fertilizados em janeiro. Mas por causa desse surto ficamos com muito receio. E aí conversamos e decidimos manter os embriões congelados e ver o que vai acontecer em relação à zika", disse à BBC Brasil.
Recentemente, pesquisadores comprovaram que o vírus pode ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez, o que fortalece a ideia de que ele seja responsável pelo aumento no número de casos da má-formação - 270 casos foram confirmados e 3.448 continuam sob investigação, segundo o Ministério da Saúde.
"Nós dois ficamos assustados com tudo o que passou na televisão sobre a zika. Aí conversamos e decidimos aguardar uns três meses para ver se surge alguma novidade. Não podemos esperar mais do que isso. As mulheres mais novas têm possibilidade maior de serem mães, mas eu já estou no limite", afirma Ana Paula.
Além de cara, a fertilização in vitro exige bastante das mulheres fisicamente. Elas precisam tomar medicações para estimular a produção de óvulos, que depois são extraídos, fertilizados com o sêmen do parceiro e implantados em seu útero. Caso a gravidez não vá adiante, o casal precisa começar o processo novamente.
"É um processo custoso, mas o pior é o emocional. Todas as vezes em que você tenta, nasce uma esperança. E quando não acontece você se frustra. No meio das tentativas eu tive uma gravidez espontânea, que infelizmente não conseguiu evoluir. Eu estou há pelo menos dois anos preparando o endométrio (tecido que reveste o útero) para receber outro embrião."
"Agora que estava tudo bem, que o endométrio estava perfeito, isso acontece. Pensei: 'Meu Deus, como é complicado'", diz a arquiteta.

Brincar com o azar

Especialistas em fertilidade de Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo relataram à BBC Brasil um aumento de até 10% no número de pacientes que decidiram adiar a implantação de embriões, por causa da epidemia de microcefalia, desde outubro. E eles esperam uma alta maior.
Antonio Silvino/BBC Brasil
O médico Paulo Gallo, que dirige clínica no Rio, relata até 7 casos de adiamento por mês
"Ainda não há dados oficiais em relação a isso, mas é o que eu e colegas do Rio e de outros Estados percebemos. Na nossa clínica, cerca de cinco a sete pacientes por mês resolvem adiar a gravidez", disse à BBC Brasil Paulo Gallo, diretor do Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or, no Rio de Janeiro.
As clínicas não têm tido prejuízo, já que os ciclos de fertilização em andamento - que chegam a custar de R$ 20 a R$ 25 mil - continuarão sendo pagos pelos pacientes, um gasto que aumenta quando o casal decide manter seus embriões congelados por meses.
Mesmo assim, Gallo diz que é difícil para os médicos saber como orientar os pacientes na atual situação. "Não posso dizer para adiarem a gravidez por seis meses, porque não posso dizer que até lá teremos vacina e teremos acabado com o mosquito."
"As pacientes jovens, que podem se dar o luxo de esperar, a gente orienta a aguardar por tempo indeterminado, até termos uma noção melhor do que pode acontecer. Mas às mulheres que estão mais próximas dos 40 anos, não tenho como dizer para ela esperar sem que eu possa garantir algum conforto", afirma. "A maioria delas decidiu esperar até março, abril ou até o inverno. Mas vemos que está só piorando. No Rio de Janeiro você tem dengue o ano inteiro."
Até o momento, diferentemente de outros governos de países latino-americanos afetados pela zika, o Ministério da Saúde brasileiro evita dizer às mulheres que não engravidem e pede que elas conversem com seus médicos sobre os riscos da infecção antes de decidir pela gestação. Uma vez grávidas, devem tentar se proteger das picadas do Aedes aegypti, que pode transmitir a doença.
Mas para mulheres como C.G., de 42 anos, uma das pacientes de Paulo Gallo, as orientações do ministério não são suficientes.
"Cada hora eles descobrem alguma coisa. É quase uma lavagem cerebral com tantas informações. Fui ficando apavorada e resolvi adiar a gravidez", disse à BBC Brasil.
C.G., que pediu para não ser identificada, congelou óvulos três anos atrás e faria sua primeira fertilização em janeiro.
"Já casei, não deu certo e também não pensava antes em ter filhos. Aí começou a bater o relógio biológico, mas não tenho companheiro. Antes eu tinha medo de fazer uma produção independente e agora tomei mais coragem, tenho apoio da família. Mas, justamente quando resolvo, aparece esse problema da zika."
"É tudo muito caro e eu fiz uma poupança para isso desde que congelei. Já até paguei a doação de sêmen. Estou chateada, ter que adiar mais uma vez o meu sonho mexeu muito com a minha cabeça. Mas eu acho que ia ficar pior se ficasse grávida e tivesse um problema desse", afirma.
"A gente quer um filho e pede a Deus que seja saudável, mas ninguém quer brincar com o azar. Falei com o doutor que ia esperar até o inverno. Quero saber se o governo vai tomar alguma providência."
Nesta semana, o governo anunciou que uma força-tarefa de 220 mil soldados do Exército se juntará a agentes de saúde em todo o país no dia 13 de fevereiro para visitar casas em campanha pelo combate ao mosquito.
O Ministério da Saúde também diz que distribuirá repelente gratuitamente a 400 mil mulheres grávidas e a presidente Dilma Rousseff, no Equador, propôs uma ação conjunta dos países latino-americanos contra a epidemia de zika.

'Poupança'

Em Recife, a médica Altina Castelo Branco diz que suas pacientes mais ansiosas também estão evitando engravidar desde outubro, mas mantêm seus embriões congelados para ter uma espécie de "poupança".
Rafael Martins/BBC Brasil
Mulheres optam por congelar embriões para ter mais segurança, diz a médica Altina Castelo Branco
"Geralmente são mulheres de mais de 35 anos, que estão tentando há algum tempo. Elas sabem que, se demoram mais, os ovários podem dar menos óvulos e elas terão menos chance de ter embriões bons. O congelamento não afeta os embriões e dá uma segurança, mas também não é garantia de uma gravidez", disse à BBC Brasil. "Vemos o que elas passam, e o medo que dá é que não vemos uma solução em curto prazo para essa ansiedade."
Mas enquanto alguns casais, ainda que ansiosos por um bebê, optaram por suspender os planos, outros decidiram assumir o risco.
Paulo Paiva/BBC Brasil
Norma e Alexandre decidiram continuar com os planos de gravidez, mesmo sob a ameaça da zika
A funcionária pública pernambucana Norma Guimarães, de 34 anos, e seu marido fizeram a fertilização pela primeira vez em outubro do ano passado, quando o aumento no número de casos de microcefalia já era assunto em todo o país.
"O Brasil convive com o Aedes aegypti há décadas e até hoje não conseguiu erradicar o mosquito e nem sequer produzir uma vacina contra nenhum dos quatro tipos de dengue hoje existentes. Quando fariam algo para conter a chikungunya ou a zika, que são doenças mais recentes? Infelizmente teremos que conviver com esse mosquito e essas doenças por muito tempo ainda", disse.
"No começo, tivemos o susto, bateu a insegurança e o medo, mas decidimos continuar. Estou grávida de 15 semanas de uma menina que se chamará Helena."
Para se prevenir contra o vírus, Norma usa repelente religiosamente, evita locais onde poderia haver focos do mosquito, como piscinas, e optou pelas calças e camisas de manga comprida durante o dia.
"A gente está feliz com a realização desse sonho, mas também ficamos apreensivos porque temos que tomar precauções. Estou tentando encontrar um equilíbrio entre ouvir tantas notícias ruins, me prevenir e curtir esse momento tão esperado."
"Nem toda mulher pega zika, e mesmo que peguem, nem todas terão filhos com microcefalia. Por isso, mesmo com medo decidimos seguir em frente. Não nos arrependemos em nenhum momento", afirma.

ENTENDA O QUE É A MICROCEFALIA E COMO PODE SER TRATADA

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

“A morte do meu filho me ensinou que a gente pode escolher de que jeito queremos viver: felizes ou tristes”

“A morte do meu filho me ensinou que a gente pode escolher de que jeito queremos viver: felizes ou tristes”

 - 2 de outubro de 2015
Graziela Gilioli fala da dor de perder um filho (o caçula, aos 14 anos) e de como se recompôs e escolheu ser feliz apesar da dor.
Graziela Gilioli fala da dor de perder um filho (o caçula, aos 14 anos) e de como se recompôs e escolheu ser feliz apesar da dor.

por Graziela Gilioli

No emaranhado do nosso tempo, adquirimos o hábito de viver sem pensar muito sobre o começo e o fim das coisas, e muitas são as crenças sobre a origem, o fim, e as suas razões. Nascemos e morremos ao bel prazer do destino como se fôssemos reféns dos segredos da nossa existência. E assim, vivemos alienados da nossa sabedoria, esquecidos do que realmente importa na vida.
Mas, afinal, o que é que importa?
Desde sempre nossas indagações sobre o significado das coisas estão suspensas no ar, sem resposta, porque esta é uma condição essencialmente humana – viver com muitas perguntas não respondidas. Sem respostas começamos a pensar na eternidade. Por força da imaginação nossa mente é capaz de acreditar que viveremos para sempre, e infinito é o nosso sonho que nos leva à eternidade. Mas, a despeito dos nossos desejos, nosso mundo é finito.
Nessa vida seguimos a lei do Universo, a lei da finitude, tudo o que principia tem um fim. Tudo o que conhecemos e tudo o que está por vir em algum dia chegará ao fim. Imagine qualquer coisa – um pássaro, um vulcão, um mar, uma cidade, uma árvore, uma esperança, uma certeza, um beijo, um olhar — tudo o que você imaginar tem a sua própria duração de vida.
Tudo o que conhecemos e amamos um dia morre. Onde há vida há morte e vice-versa. Essa é a ordem do Universo. E há beleza nisso
Quando nós aqui da Terra olhamos para o céu, com seus tons amarelados, alaranjados ou róseos e azuis, estamos vendo à distância uma avalanche de meteoros e meteoritos voando por todos os lados, sem rumo, à velocidade da luz com inúmeros buracos negros pela frente. Mas como é bonito um céu colorido! E que deslumbre é o céu estrelado! Para enxergarmos a beleza dos desígnios da vida temos de nos afastar um pouco de nós mesmos para encontrarmos um novo prisma, um novo olhar ou até mesmo uma nova explicação que nos conforte a alma. Isso eu aprendi com o meu filho caçula.
"Estamos acostumados a olhar o mundo sem nos darmos conta que tudo um dia morre."
“Para enxergarmos as belezas dos desígnios da vida temos de nos afastar um pouco de nós mesmos” (foto: Graziela Gilioli).
Eu tenho dois filhos. Há doze anos eles se separaram por uma escolha do destino. Meu filho mais velho, hoje com 28 anos, vive aqui na Terra e o meu filho caçula vive num outro mundo que desconheço. Lá no desconhecido não se contam os dias e então ele tem 14 anos, para sempre. Com o tempo parado na vida do meu caçula entendi a morte como um grande silêncio. Como o fim, sem nenhuma retórica.
Imagine conhecer a morte através do seu filho caçula! Frente à morte somos minúsculos e impotentes. Uma sequência sem fim de perguntas (sem reposta) pipocam em nossa mente e o desânimo, o desespero e a tristeza passam a ser os nossos guias.
Como é que somos capazes de nos iludir durante a vida toda acreditando que a morte é sempre um assunto para não se pensar, como se fosse algo de menor importância perto da vida?
Nunca houve religião ou filosofia que tenha nos libertado da morte e mesmo assim somos tímidos em pensar a morte como parte da nossa vida. Acreditamos que se não tocarmos nesse assunto teremos paz e conforto, e é essa ilusão que nos impede de compreender a vida em sua plenitude. Em nada nos ajuda vivermos como se a morte fosse um engano ou um azar ou uma injustiça que atinge apenas alguns desafortunados.
Convivi com a morte ao meu lado durante os vinte meses em que o meu caçula esteve internado no hospital com o diagnóstico de neurablastoma (um tipo raro de câncer que acomete crianças). Foi quando aprendi que às vezes a gente consegue hipnotizar a morte com a nossa disposição de lutar pela vida. Então ela fica quieta e calma por mais algum tempo, e esse tempo em que a morte está calma é a nossa vida. Meu caçula me ensinou muitas coisas. Uma delas é que o sofrimento pela perda de quem amamos é inevitável. Mas ele também me ensinou que a gente pode escolher de que jeito queremos viver – sendo pessoas felizes ou tristes.
Um pouco antes de morrer meu filho falou bem baixinho — ele ficou surdo e praticamente sem voz por consequência do “tratamento” —: “Mãe, desculpe. Eu não vou conseguir.” Disse isso olhando de frente pra mim e depois apoiou o rostinho lindo que ele tinha no meu peito. Estávamos os dois sentados na cama dele, no hospital. Em seguida ele me disse: “Mãe, eu sei que vai ser duro mas não vai ficar triste, tá bom? Fala isso para o meu irmão porque eu acho que não vai dar tempo de eu falar com ele”.
Meu caçula morreu no dia seguinte, sem ter tempo de falar isso para o irmão mais velho. A generosidade do meu caçula em se despedir de mim com suavidade e a delicadeza dele em me dizer que ele tinha chegado ao fim me deixaram sem palavras. No meu coração despedaçado ficou a certeza de que eu faria tudo para voltar a ser feliz algum dia.
Depois dessa última conversa com meu caçula, deixei o caminho livre para ele morrer. Ninguém tem nenhuma ingerência sobre a vontade da morte, mas quando digo que deixei o caminho livre é no sentido de não me opor ao fim e, sim, aceitar que a partir daquele momento minha caminhada seria sem o meu querido caçula. Eu tinha de ser forte para cuidar do meu filho mais velho que perdera o irmão e me lembrei da sabedoria egípcia onde a mãe é a senhora do céu, soberana de todos os deuses e representa a força, o equilíbrio e a esperança, em qualquer situação da vida.
Com o meu caçula em outro mundo, percebi o quanto somos frágeis e fortes ao mesmo tempo. Frágeis porque não escolhemos nosso destino e fortes porque o aceitamos, apesar de tudo. Aceitar o próprio destino não é uma atitude passiva, é uma escolha, a chance de escolher como viver o que o destino nos oferece. Por que abrir mão dessa liberdade?
Por que não usar nossa capacidade de sermos felizes, por escolha? Ser feliz é uma decisão difícil, mas nos ajuda a conviver com as dores mais profundas que nos acompanham durante a vida toda
Diante de tantos milagres que fazem nossa vida possível como não agradecer o que temos? A gratidão pela vida não deveria ser um pequeno detalhe no meio dos afazeres do dia a dia e sim a coisa mais importante de tudo. Ainda compreendemos muito pouco desse mundo e muitas vezes nos atrapalhamos com os assuntos da alma, sempre à procura de alegria e esperança de que todas as vidas precisam. Aprender a viver com serenidade para aceitar com naturalidade as coisas que facilitam ou dificultam nossa vida pode ser um bom começo para descobrirmos o que importa na vida. 

Graziela Gilioli é escritora, autora do livro O Pequeno Médico, e fotógrafa premiada na 10ª Bienal Internacional de Arte de Roma, além de palestrante doTEDxJardinswww.grazielagilioli.com
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