segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Bebes arco iris

O importante é não desistir....
Dói demais perder.....deve-se sim viver o  luto em toda sua intensidade para não deixar dores adormecidas.....mas não se pode desistir jamais....
/https://catracalivre.com.br/geral/saude-bem-estar/indicacao/os-bebes-arco-iris-esperanca-depois-da-perda-dos-bebes/

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Sara Duarte Feijó - Jornalista.

Sara Duarte Feijó não a conheci pessoalmente, mas ela ia fazer uma matéria sobre filhos múltiplos e uma amiga me indicou a ela...
Eu fui bem franca com ela no primeiro contato...lhe disse que eu tive gemeos mas que minha filha faleceu, etc etc....Lhe indiquei minha amigaMaJoy Antabi e disse que ela sim poderia falar do assunto com maestria....
Ela ficou com o contato mas insistiu na minha história, na história dos meus filhos, e na história do meu grupo Unidas Pela Dor. 
A matéria saiu em um fim de ano...um presente de Natal...saiu em 25.12.2011, foi um lindo presente a qual ela nos ofertou...a matéria ficou linda....Amei...
A partir de então, passei a segui-la no facebook...e me lembro de sua alegria quando concluiu o mestrado....eu lhe pedi sua tese e ela generosamente me passou para que eu a lesse....
Nossos posts sempre tinha uma curtida da outra.....eu adorava ler seus posts....e politicamente pensávamos igual....eu ficava feliz em senti-la tão inteligente e lúcida..
Hoje ao abrir meu face, vi uma mensagem da linda Gabriela Novaes, que foi quem nos apresentou, me comunicando seu falecimento, eu parei e pensei, mas como??? Não estava doente, não que fosse público, o que aconteceu a voce Sara Duarte Feijó???? Ainda não sei...mas não importa, importa o fato...ela se foi....
Tão linda, tão nova, tão cheia de vigor e vontade de viver.....
Dei uma busca no google e não li qualquer noticia do seu falecimento tb....
Mas eu não poderia deixar de homenagea-la....
Sará aqui um pouco do que vc deixou pra nós....
Super beijo e siga em paz.....


http://www.estadao.com.br/noticias/geral,supermaes-fundam-associacoes-de-ajuda-mutua-imp-,815049

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A vida e a morte...

Ela tinha um filho lindo ...mas o deixou só e foi buscar o namorado....
O filho morreu através da janela do banheiro do 26.º pavimento....
Na mesma semana que o  Brasil perdeu a Sofia...
Os pais da Sofia estão em desespero....e o Brasil também...
Porque isto acontece????
Crianças são anjos e isto não deveria acontecer....
Odete

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Bebê Sofia

Boa noite..
Hoje é 14.09.15, uma noite fria aqui no sudeste, mais precisamente em Guarulhos...mas o dia começou frio também...frio e muito feio....
E ficou pior quando abri o computador e me deparei com a notícia que menos queria ler na mídia...
Sofia faleceu!
Fiquei incrédula e me coloquei no lugar de seus pais....e me voltaram muitas dores escondidas...
Por que??? Foi a pergunta que mais me fiz...Por que????
Ela pequenina venceu tudo...foi desenganada ainda recém nascida, conseguiu viajar após muita luta para fazer o transplante no único lugar onde este transplante é feito....comoveu e uniu o país todo com sua história...E venceu! Saiu do hospital, mas um vírus a atacou....ela se livrou do vírus...mas os pulmões foram atingidos e isso a levou daqui....Voou ao céu para se juntar a tantos outros anjos que se foram....
Um ano e nove meses apenas...uma guerreira...risonha...que adorava mexer as perninhas e ganhou o apelido de bailarina...uma princesa que uniu milhares de pessoas na internet com o intuito de orar por ela...só orar por ela....
Quantas noites não fiquei aqui em frente à minha maquina orando por ela....(eu que nem disto sou..), Mas era um compromisso, orar por ela...
Seus pais nem consigo imaginar como estão...longe da família..dos amigos....longe de tudo e de todos...e agora longe da sua única filha....
Passei algumas vezes durante o dia pela net em busca de notícias e tive também o desprazer de ler coisas absurdas sobre o fato...e ouvi alguns comentários também absurdos...
Coisas como:-
- Tanto dinheiro gasto para nada;
- Agora que ela morreu, vamos orar por outras crianças;
- Escapou tantas vezes;
- Transplante é assim, difícil dar certo.
A estas pessoas eu respondo aqui, graças a Deus que não foi com você, você que teria feito o aborto, que não teria lutado por ela, você que é egoísta e não crê na vida alheia, graças a Deus que a Sofia nasceu na família certa, que foi amada não só por esta família, mas por um país inteiro!
Eu a amava...eu a amo também, sem nunca tê-la visto!
Sofia, você deixou para nós uma lição, quem sabe daqui para a frente a justiça conceda mais rapidamente o direito das crianças com SIC fazerem seu transplante mais rápido fora do Brasil (é, aqui não tem), quem sabe o governo incentive os nossos médicos a fazerem aqui o transplante (o médico que faz nos EUA é brasileiro), quem sabe os deputados criem a Lei Sofia para o tratamento da SIC.
Nada vai diminuir a dor deste dia 14.09.15, mas pode evitar outras dores e dar esperanças a outros bebês que sofrem do mesmo mal, e não são poucos não.
E você que não pensa assim, resolva fazer doações de R$10,00 às crianças doentes.
Sofia linda bailarina, vá em paz!
Ilumine o nosso céu com seu brilho, princesinha!
Patricia e Gilson, um forte abraço a vocês da família Unidas Pela Dor.

http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/09/morte-de-bebe-sofia-causa-comocao-nas-redes-sociais-um-anjo.html

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Cinco verdades sobre o luto

* publicado originalmente aqui.

Conheça para oferecer apoio a quem vivencia
No dia 4 de junho deste ano me vesti com uma roupa que gosto muito, me despedi dos meus dois filhos, de seis e três anos, deixando-os aos cuidados dos avós, para cumprir uma missão inédita, difícil e, ao mesmo tempo, muito especial: dar minha primeira palestra sobre luto perinatal.
Escolhi contar aqui cinco percepções que, durante a minha fala na palestra, senti como realmente relevantes para quem está próximo de uma família que perdeu (um bebê, neste caso, mas vale para outras perdas) - e quer oferecer apoio.
Estas são algumas das questões que surgem: como acolher a pessoa que perde? Como fica sua rotina? O que machuca? O que ajuda e o que atrapalha? Que recursos ela pode usar para se restabelecer? Principalmente - o que os profissionais que a acompanham - sejam médicos, doulas, pediatras, terapeutas, podem fazer para que ela se sinta melhor?
Nesta palestra, o foco foi na perda perinatal e uma terapeuta especializada me deu apoio durante a explanação, fazendo importantes considerações do ponto de vista profissional sobre as particularidades do luto para a mãe durante o puerpério. Mesmo que não se trate de um bebê, vale refletir para entender como é aquilo que eu chamo de 'travessia do deserto do luto'.
1) O luto é cheio de perdas
Comecei a palestra dizendo como aquilo era novo para mim. Como jornalista e Consultora de Comunicação, há mais de quinze anos palestras, cursos e workshops fazem parte da minha rotina profissional. No entanto, desta vez, o tema envolvia minha vida, meu luto, meu livro Até Breve, José. Senti medo de não dar conta. Vesti a coragem (assim como cito no livro) e com o coração aberto, falei deste e de tantos outros medos que José me trouxe. Falei também da superação, contando a minha experiência com o filho que perdi.
Muitas vezes a mulher que perde um bebê (seja aborto, perda intraútero, óbito fetal ou perda perinatal) acaba experimentando outras perdas sequenciais. Há um afastamento dos profissionais que a acompanhavam e os conhecidos repentinamente a evitam - representando assim abandonos. Os amigos se afastam e ela não pertence mais aos grupos de antes. Dói demais! Por isso, é preciso fazer o possível para oferecer acolhimento, proximidade, atenção e carinho a quem perde. No caso da mãe e bebê, muitos se concentram no bebê que partiu ou no fato ocorrido e deixam de olhar para a mulher que ficou. Por favor, cuidemos desta mãe!
2) O luto é lento
Há uma grande pressa em resolver tudo e "sumir" com aquela história, dando um fim aos 'rastros' do bebê, como o enxoval ou retomando rapidamente as atividades rotineiras. Vamos com calma! Os objetos representam o filho que perdemos e tornam-se amuletos e memórias para a mãe, por isso é preciso tempo para que ela possa escolher o que e como quer manter. É reconfortante reconhecer a importância destes símbolos e é preciso deixá-la à vontade para seguir seu ritmo com a retomada da rotina.
Respeitar o tempo da pessoa para elaborar, considerando que o processo não é linear (ora melhor, ora pior) deixa a travessia um pouco mais leve.
3) Seja solidário de verdade
Esqueça os protocolos, ofereça apoio sincero. Há uma total incapacidade de nossa sociedade de lidar com o luto e com os enlutados, por uma grande falta de sensibilidade que se aloja em dois extremos: o das pessoas que simplesmente silenciam e o das que falam demais. Os profissionais podem - e devem - seguir uma conduta humanizada especialmente no momento da despedida e das más notícias e os amigos e familiares podem chegar mais perto! Embora seja uma experiência particular para cada pessoa, todas precisam ser acolhidas e respeitadas em seus processos. Para mim, o não-falar e o afastamento estão relacionados ao medo do outro em lidar com a nossa dor. Todos, todos mesmo, têm alguma experiência com perdas ou superação de dificuldades, seja de que ordem for. Quando eu falo da minha dor e da minha história, acesso a dor e a história de cada um. Juntos podemos (e conseguimos) visitar também a força do amor e da fé na vida que nos resgata do fundo do poço.
4) Mais leveza, por favor
Nestes quatro anos lidando com o tema, já coleciono centenas de histórias, completamente variadas em contextos, enredos e finais, inclusive algumas terminam bem ( ☺) mas todas trazem algo em comum: nos lembram de nossa fragilidade perante a morte e de nossa força perante a vida. Em alguns momentos da palestra, involuntariamente, arranquei risadas da plateia. Foi muito bom! Por isso, vale lembrar: o luto é triste, mas não precisa ser tão pesado. Há espaço para a esperança, para o riso e até para boas descobertas. No fundo, é um processo engrandecedor.
5) Precisamos ler, falar e ouvir sobre luto
Em meio a um fluxo contínuo de palavras que saíam da minha boca, de repente percebi que o auditório inteiro chorava. A emoção coletiva me mostrou algo que eu não esperava: houve um tempo em que achei que as pessoas não gostariam de ler ou ouvir sobre luto e sobre morte. Eu estava errada! Neste dia, em minha primeira fala sobre este tema árido, eu vi um solo fértil. Tive certeza de que, não apenas as pessoas querem ouvir, como também precisam muito, muito mesmo, de um espaço para falar. A palestra terminou com um auditório emocionado, sorrindo e chorando.
A lista de interessados em fazer perguntas ou compartilhar depoimentos e as abordagens que recebi pelos corredores depois do encontro me confirmam que é preciso falar abertamente sobre luto. Só assim vamos quebrar os tabus, tirar as cascas, deixar nossa prepotência de lado, sair do piloto automático e da cultura da falsa felicidade para então, quem sabe, entrarmos dentro de nós mesmos, naquele lugar que parece tão escuro, mas que na verdade é especial, porque nos oferece oportunidade de evolução e nos torna mais próximos uns dos outros, por meio da dor e da superação.
Precisamos falar sobre luto. Hoje e sempre.